Novos abalos sísmicos em dia de tomada de posse no Chile

quinta-feira, 11 de março de 2010
Fonte: tv1.rtp.pt


Os abalos sentidos no edifício do Congresso de Valpaíso espantaram os convidados da cerimónia de tomada de posse de Sebastián Piñera Leo La Valle, EPA

Vários abalos sísmicos, com uma intensidade entre 7,2 e 6.0 na escala de Richter, foram registados durante a cerimónia de tomada de posse de Sebastián Piñera, que sucede a Michelle Bachelet. O sismo provocou “danos significativos” em Rancagua, uma localidade a uma centena de quilómetros a Sul da capital, Santiago do Chile, avança o novo presidente.


O primeiro abalo, com uma magnitude de 7,2 graus, foi sentido às 11h39 locais (14h39 em Lisboa) e prolongou-se por 45 segundos. Dezassete minutos depois foi sentido um novo tremor de terra, de 6,8 graus na Escala de Richter e, por fim, uma terceira vibração com 6.0 de magnitude.

O alerta de tsunami lançado pela marinha levou o gabinete nacional de emergência a aconselhar os habitantes das zonas costeiras entre Conquimbo e Los Lagos a deslocarem-se para áreas mais altas centenas de pessoas a fugiram para as ruas. Até ao momento não há conhecimento de vítimas e sabe-se que a capital não registou estragos.

Estes são considerados os sismos mais fortes desde o terramoto de 27 de Fevereiro que, com a magnitude de 8.8 na Escala de Richter, provocou 497 vítimas mortais.

Os sismos tiveram epicentro a Sudoeste de Santiago do Chile e a 145 quilómetros de Valparaíso, onde prestava juramento Sebastián Piñera, um economista de 60 anos, formado em Harvard, que fez fortuna com um negócio de cartões de crédito e uma companhia de aviação. Este antigo senador milionário ocupa a posição n.º 437 da lista dos mais ricos, elaborada pela Revista Forbes.

Cerimónia de tomada de posse austera

É a primeira vez, desde o fim do regime de Pinochet, que um conservador ocupará o Palácio de La Moneda.

"Deixo o gabinete com tristeza pelo sofrimento do nosso povo, mas também com a cabeça erguida, satisfeita com o que conseguimos", afirmou Michelle Bachelet.

A primeira mulher eleita presidente de um país sul-americano destacou "as mudanças sensíveis em na área da justiça social" conquistadas durante o seu mandato. O terramoto de há 12 dias evidenciou fragilidades "que temos de corrigir", como um Estado mais forte para acorrer a quem precisar, acrescentou.

"Reivindico perante o Chile, os imensos sucessos dos últimos 20 anos. Graças ao progresso destes anos, entregaremos ao novo Governo um país política, económica e socialmente estável, mais justo e solidário e respeitado internacionalmente", afirmou a presidente cessante, citada pelo diário "El País".

O novo Chefe de Estado chileno diz que "é tempo de começar a trabalhar", sendo um dos primeiros desafios a identificação das prioridades para a reconstrução do país. "Essa será a variável chave que será avaliada durante a sua administração", comentou à agência Reuters um analista económico.

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